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Alentejo Interior
O caravanismo, designado por muitos como turismo de ar livre, não é mais do que uma forma de campismo onde o utilizador leva o seu próprio abrigo, mais ou menos completo consoante as suas possibilidades, e a sua forma de estar em contacto com a natureza. A modalidade é apenas uma forma de campismo, que geralmente é identificada em 3 tipos, existem outros, mas todos eles com um ponto em comum, aquele em que “o utilizador leva o seu próprio abrigo”
- Campismo de tenda – o mais natural e mais identificado com campismo;
- Campismo de caravana – espaço de estrutura rígida do tipo reboque, rebocável por um veículo automóvel;
- Campismo de autocaravana – onde a caravana (a dita estrutura rígida) tem seu próprio meio de locomoção (motor).
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Conteúdos deste artigo
- 1º Dia – saída com destino ao Alentejo Central
- 2º Dia – Visita a Vila Viçosa e às cidades de Estremoz e Borba
- 3º Dia – De Evoramonte a Serpa (Baixo Alentejo)
- 4º Dia – Visitar Moura
- 5º Dia – Vaguear pelas ruas de Serpa
- 6º Dia – Regresso a casa
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Mais importante que o tipo de campismo é entender as regras e os conceitos inerentes a esta prática, onde o convívio, a amizade e a solidariedade são caraterísticas qualificativas de cada campista. Não menos importante é o respeito no uso coletivo dos equipamentos, tais como sanitários, banheiros, espaço ocupado respeitando o vizinho do lado, e acima de tudo respeito pela natureza. É igualmente importante entender, aceitar, respeitar e cumprir a legislação de cada país sobre esta prática, é uma regra básica para o bom funcionamento desta modalidade.
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A variedade atual dos equipamentos nesta modalidade é grande, e em muitos deles está bem patente a imaginação e criatividade do homem, o que se reflete numa paixão ou num hobby, com alguma bricolage à mistura, e num estilo de vida, sem esquecer que é também uma forma de hospedagem mais económica, embora para esta última não devam ser descurados os valores gastos na aquisição do equipamento.
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Por aqui a prática do campismo resulta da junção de vários fatores, um dos quais descrito na minha apresentação aqui no blog, a aventura, à qual veio juntar-se um desafio aliciante conjugado com a bricolage. Em resumo, um projeto para ser executado aos poucos e ao fim dos dias de trabalho…, um hobby do qual viríamos a usufruir, com valor sentimental acrescido por ter sido projetado e construído por nós próprios.
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Face ao ponto da situação em que se encontrava o projeto e após nos apercebermos que era possível a conclusão parcial a tempo das férias, com as condições básicas para utilização, decidimos prescindir do lazer e do descanso de alguns fins de semana e intensificar o trabalho em que estávamos envolvidos. Como resultado fomos agraciados com alguns dias de férias maravilhosos pelo Alentejo interior, que convosco partilhamos de seguida.
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Por terras Alentejanas
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1º Dia – Saída com destino ao Alentejo Central
Como havia sempre alguma coisa em falta o dia de saída foi sendo adiado sucessivamente, e quando finalmente conseguimos ter o dia certo, o mesmo não aconteceu com a hora. As previsões iniciais apontavam para o inicio da manhã, posteriormente passaram para o inicio da tarde, acabando finalmente por ser a meio da tarde…, eram 16:20 quando seguimos estradafora.
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Tendo em conta estarmos nos meses habituais de férias, pela orla costeira acaba por existir uma concentração maior de veraneantes, o que nesta modalidade se traduz em maior ocupação dos parques de campismo. Dito por outras palavras – mais confusão, e como isso não era o que pretendíamos, acabamos por nos decidir pelo Alentejo Interior.
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Saímos com destino ao parque de campismo Camping Alentejo, situado a 3 km de Evoramonte, um parque com excelentes condições que já nos era conhecido. Após alguns quilómetros percorridos decidimos parar e fazer verificação à composição (conjunto carro e caravana). Havia alguma euforia, mas também algum nervoso miudinho à mistura. Acalmamos um pouco depois de verificarmos que estava tudo ok, o que nos permitiu retomar a estrada com alguma tranquilidade.
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Tendo em conta a hora de saída, ficou pouca margem para algumas paragens pelo caminho, exceto as necessárias. Decidimos informar o parque sobre a possível hora de chegada e procuramos cumprir os limites de velocidade, paramos apenas para nos abastecermos em de Ponte de Sôr. Após instalados, neste dia não houve margem para mais, Evoramonte é uma localidade sem vida noturna e nós precisávamos de algum descanso, não apenas da azáfama vivida nos dias anteriores, como também da viagem…
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Nós ficamos instalados no parque de campismo, mas aqui em Evoramonte existem algumas opções de alojamento bem interessantes.
- De destacar o The Place at Evoramonte por se encontrar numa zona sossegada, de onde obtém vistas impressionantes sobre a periferia.
- Existem outras opções muito boas nas proximidades, algumas com piscina incluída, mas em zonas mais baixas, na planície.
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Inicialmente tínhamos previsto apenas uma noite neste parque, por esse motivo decidimos não montar o toldo, na lista (improvisada) de lugares a visitar encontrava-se a cidade de Elvas. Como à data não conseguimos local onde nos instalarmos nas proximidades de Elvas, decidimos deixar a visita a esta cidade para mais tarde e ficarmos por aqui mais algum tempo, que se revelou suficiente para uma visita ligeira a Estremoz, Vila Viçosa e Borba, e assim anoiteceu por aqui…
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Lembrar que este artigo tem como objetivo partilhar alguns dias de férias pelo Alentejo bem como a estreia de uma pequena caravana. Não é específico sobre lugar algum.
2º Dia – Visita a Vila Viçosa, e às cidades de Estremoz e Borba
Estremoz
Estremoz é conhecida como a “cidade branca” do Alentejo, uma caraterística que se reconhece ao longe pela cor do seu casario, bem como pela cor do mármore extraído aqui, que em conjunto com Borba e Vila Viçosa, totalizam 90% do mármore branco extraído em Portugal, a mesma cor de mármore que foi usado na construção da torre de menagem do castelo.
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Numa breve passagem por Estremoz foi possível perceber o seu potencial turístico e a grandeza do seu património histórico e religioso, algo que eventualmente iremos explorar com mais tempo noutra passagem que façamos por aqui.
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- Se necessita de alojamento em Estremoz, num ponto elevado tem a Pousada do Castelo de Estremoz, Mais uma vez um local privilegiado para excelentes vistas sobre a “cidade branca” e sobre a paisagem Alentejana.
- Veja aqui outras opções de alojamento nesta cidade que lhe podem agradar.
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Vila Viçosa
Já abordada neste blog embora de forma um tanto superficial, Vila Viçosa, pátria de gente ilustre, cativa pela abundância e multiplicidade dos elementos, que vão desde igrejas a conventos, de artesanato à gastronomia, da cultura à arte, a que se devem juntar diversos monumentos, que deliciam qualquer visitante que por aqui passe.
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Acredita-se que o nome tem origem em Vale Viçoso, por ser uma zona de terras férteis e abundantes. Na atualidade o mármore é presença constante e o principal motor da economia do município, contando já com várias dezenas de anos de história como atesta o Paço Ducal, com a sua imponente fachada principal em mármore da região, revelando-se um dos mais emblemáticos monumentos de Vila Viçosa.
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De entre as diversas curiosidades ou pontos de interesse turístico que se podem ver em Vila Viçosa, o meu destaque vai para a sua artéria principal ladeada por laranjeiras. Devo dizer que até ver a primeira vez, desconhecia por completo que esta árvore de fruto pudesse ser usada como árvore decorativa de uma rua, mais ainda se tivermos em conta a quantidade de laranjeiras que esta foto retrata.
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Veja aqui alojamento em Vila Viçosa, recomendo a Pousada do Convento, um hotel está sediado em exuberantes jardins paisagísticos, próximo da histórica Vila Viçosa. Disponibiliza piscina exterior, um terraço espaçoso e restaurante.
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Borba
Em julho de 2009 Borba tornou-se a cidade mais pequena do Alentejo, lugar que era antes ocupado por Santiago do Cacém(*). É uma das cidades menos visitada no Alentejo, apesar da riqueza da sua economia, nomeadamente vinhos, azeite, queijos, enchidos, e a extração do mármore, ou não estivesse Borba situada no coração dos mármores Alentejanos.
(*) Curiosidades: Foi em Santiago do Cacém que terminou a viagem inaugural do primeiro automóvel a vapor que veio para Portugal. A viagem teve inicio em Lisboa e durante o percurso deu-se um episódio insólito, o carro atropelou um burro.
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Diz as suas gentes que a Borba é fácil chegar mas é difícil partir, pelo bem que se é recebido e pela qualidade dos seus produtos. Uma passagem por Borba implica a quase obrigatoriedade de uma visita à loja da cooperativa vinícola, onde estes vinhos de qualidade são menos inflacionados quando adquiridos na origem.
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Uma vez que estamos numa cidade localizada no coração dos mármores Alentejanos, se o tempo estiver ameno aceite o desafio, descalce-se de preconceitos, e uma vez descalço caminhe um pouco pelos passeios de Borba, é calçada à Portuguesa feita em pedra mármore, e é também uma forma de apreciar pelo toque esta nobre pedra. Para ficar a conhecer melhor o processo da extração dos mármores, o ideal é juntar-se a uma excursão e participar numa visita guiada.
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Veja aqui um novo produto turístico de Borba, baseado numa tradição impar do concelho. Vamos fazer as 11…
3º Dia – De Evoramonte a Serpa
Com ausência de tempo para planear a volta que decidimos dar fomos improvisando, para este dia tínhamos apenas como objetivo chegar a Serpa a horas de fazer o check-in. De manhã ainda houve tempo para irmos até Azaruja e na volta, subimos a Evoramonte, e uma vez aqui concluímos que teria sido mais proveitoso limitar-nos a esta localidade e ao seu majestoso castelo, este encontrava-se aberto e essa informação nós desconhecíamos. Antes destas férias já aqui tinha estado outras vezes, mas o castelo sempre fechado.
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Com a hora de check-out ao meio dia, o almoço teve de ser antes, o que limitou um pouco a manhã. De regresso à estrada, passamos por Redondo, Reguengos de Monsaraz, Praia Fluvial da Amieira, Praia Fluvial do Alqueva, Moura, e finalmente Serpa. Ao longo do caminho a paisagem típica Alentejana, com destaque para os Olivais e Amendoais em terrenos situados mais próximo das albufeiras, para poderem usufruir do regadio.
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Estávamos a meio da semana e por isso menos movimentação de campistas. Em Serpa fomos encontrar o parque de campismo quase vazio, o que é positivo para quem procura fugir da confusão habitual pelas praias nesta altura do ano. O parque de campismo de Serpa encontra-se em processo de requalificação, embora já esteja nesta situação há alguns anos, no entanto a parte aberta ao público encontra-se totalmente funcional.
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À chegada a este parque, de registar dois comentários da senhora que nos atendeu na receção: -“Vejam lá, vão com cuidado e não me atropelem ninguém”. Seria complicado tal acontecer, na zona de caravanas e auto-caravanas, à data apenas se encontrava mais um campista, que segundo nos apercebemos, naquele momento não se encontrava no parque. O outro comentário é um elogio a esta pequena caravana, mas já não era o primeiro, direta ou indiretamente já tínhamos recebido alguns ao longo da viagem.
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4° Dia – Visitar Moura
A manhã deste dia e uma parte da tarde foram passados a conhecer Moura e as suas ruas enfeitadas, neste caso não apenas pelos vasos de flores que as senhoras penduram no exterior, mas também porque em Moura ia haver festas no fim de semana seguinte, e boa parte das ruas já se encontrava engalanada para os festejos. O resto da tarde foi passado nas piscinas de Pias, localidade que ficava a meio caminho entre Serpa e Moura.
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5º Dia – Serpa
Neste dia limitamo-nos a conhecer Serpa, a cidade onde estávamos instalados. É uma cidade raiana do Baixo Alentejo, sede de um dos maiores municípios de Portugal, tendo sido outrora local de acolhimento de vários povos que disputaram o território peninsular, com particular destaque para o povo Árabe, o qual deixou vincada a sua presença em alguma da arquitetura que se vê por aqui. Foi conquistada por D. Afonso Henriques em 1166, voltando para a mão dos Árabes durante a recuperação de território a sul do Tejo, levada a cabo por este povo, e assim permaneceu até 1232.
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Ao caminharmos pelo interior desta cidade fica a sensação de que estamos no interior de uma aldeia, tal não é a paz e harmonia que se sente por aqui. Esta paz torna-se mais evidente à noite após o jantar, o transito é escasso, por aqui não se ouve a balburdia vivida pelas cidades mais próximas do litoral, e para melhor descrever a construção na zona interior da cidade, em algumas das habitações mais antigas quase chegamos com a mão aos beirados do telhado.
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Em Serpa, tal como em Evoramonte, ficamos instalados no parque de campismo. Ainda assim deixo algumas sugestões de Alojamento nesta cidade.
- Próximo das piscinas e do pavilhão multiusos tem o Serpa Hotel, localizado numa zona sossegada e com vistas maravilhosas.
- Outro lugar que merece destaque é a Casa de Serpa Turismo Rural, que nos pareceu bem acolhedor.
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Fizeram parte deste dia algumas horas passadas na piscina municipal, que foram devidamente aproveitadas para relaxar…, afinal estávamos de férias.
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6° Dia – Regresso a casa
O ultimo dia foi quase exclusivo para a viagem de regresso, com passagem por Aldeia da Luz, Praia Fluvial de Monsaraz e visita à vila de Monsaraz, uma das finalistas na escolha das 7 maravilhas de Portugal. Foi conquistada aos Mouros em 1167, veio a conhecer o primeiro foral em 1276 e foi sede de concelho até 1838, transferido definitivamente em 1851 para Reguengos de Monsaraz.
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Monsaraz é uma vila bonita, com duas artérias principais, localizada no ponto elevado de onde se pode obter vista panorâmica sobre a planície Alentejana, e em particular sobre as águas da albufeira do Alqueva.
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Na viagem de regresso, no Rossio ao Sul do Tejo optamos por seguir pela margem sul em direção a Constância, para aí efetuarmos a travessia do Tejo, na antiga ponte ferroviária que hoje permite a travessia rodoviária, situada ao lado da linha da Beira-Baixa. Em Tomar fomos obrigados a um desvio devido ao cortejo da Festa dos Tabuleiros que no momento se encontrava a desfilar, um evento que se realiza a cada quatro anos.
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Cante Alentejano
Vídeo com o grupo coral Alentejano, que levou o Cante Alentejano até à UNESCO a fim de ser eleito Património Imaterial da Humanidade.
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Bem Haja…
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