Visitar Borba

Borba, é uma cidade Portuguesa do distrito de Évora, da região do Alentejo e sub-região do Alentejo central. Foi elevada à categoria de cidade em 2009, tornando-se assim a cidade mais pequena do Alentejo, lugar que anteriormente era ocupado por Santiago do Cacém. É sede de um município com o mesmo nome, situado em pleno interior alentejano no chamado coração dos Mármores, próximo da fronteira com Espanha. Este município faz fronteira com o distrito de Portalegre e seus respetivos municípios; com os municípios de Vila Viçosa, Redondo e Estremoz.

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Conteúdos de Artigo

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Localização

Chegar a Borba é fácil, basta para isso apanhar a autoestrada A6 ou se preferir a nacional N4, ambas atravessam este município. Pode ainda ter como referência mais conhecida a cidade de Estremoz.

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Borba e o seu município, tem permanecido fora das rotas mais afamadas de turismo, apesar de compreender um conjunto de atividades económicas bastante diversificadas e ímpares na região e no Alentejo, como os mármores, vinhos, azeite, queijos e enchidos. Ao conhecer Borba, tem ainda a possibilidade de conhecer outras localidades neste cantinho de Portugal, entre elas Estremoz, Vila Viçosa, Alandroal, Elvas, e até mesmo Badajoz, do lado de lá da fronteira.

História

Pouco se sabe sobre a origem dos primeiros habitantes, apenas é possível tecer algumas conjeturas. A hipótese de que tenham sido os celtas os primeiros a povoar este ameno vale circular, onde se circunscreve a cidade de Borba, não deixa de ser bastante lógica. Posteriormente Borba foi ocupada pelos romanos, godos e árabes, até ser conquistada em 1217 por D. Afonso II e povoada por este mesmo rei. Foi então que em 15 de junho de 1302, que D. Dinis concedeu a Borba o primeiro Foral. A partir daí Borba passa por tempos difíceis. A vila sofreu forte ruína com a passagem das tropas inglesas do Duque de Lencaster, que acolhido como aliado e amigo, procedeu como em país conquistado, ultrajando, espoliando e roubando os alentejanos. No reinado de D. Manuel, em 1512, é-lhe atribuído novo Foral. Durante o domínio Filipino sofre as incursões das tropas castelhanas, D. João da Áustria mandou incendiar os Paços do Concelho e o Cartório Municipal, perdendo-se todos os manuscritos antigos da história de Borba, e em 1665 a população sofre novamente o pânico, em solo Borbense é travada a batalha dos Montes Claros, que marca a derrota dos castelhanos na Guerra da Restauração.

Quando visitar?

À semelhança da visita a Vila Viçosa, a visita à cidade de Borba foi igualmente um pouco limitada, tendo em conta a data não ter sido a mais adequada. De recordar que a visita a estas duas localidades surgiu na sequência de uma incursão pelo Alentejo para ver a floração das amendoeiras. A melhor altura para visitar esta cidade e outras mais nas proximidades, deve ser nos meses de clima mais ameno, como por exemplo abril e maio, ou no final do verão, de setembro a novembro. Convém ter em conta que os verões por aqui são quentes e secos, como tal, se vier no verão deve procurar manter-se hidratado e com vestuário fresco. Dado esta ser uma cidade pequena, a visita faz-se bem a pé. Além disso, caminhar pelos passeios calcetados a pedra mármore acrescenta motivação extra.

Esta localidade evidencia-se também pelo vasto e rico património que convidam à descoberta e ao reencontro com a história, apelando a uma visita mais atenta e demorada, como tal, recomendo que ao chegar à cidade se dirija ao posto de turismo a fim de recolher algumas informações e orientações de visita.


Um pouco do que pode ver quando visitar Borba


Castelo de Borba

O castelo de Borba, de planta quadrangular e muralhas de espessura generosa, foi mandado construir por D. Dinis e encontra-se nos dias de hoje totalmente absorvido pela malha urbana, exceção feita a algumas muralhas e duas das suas portas principais, a porta da Torre do Relógio e a Porta de Estremoz, que se mantém em bom estado com os seus imponentes torreões.

Fonte das bicas

A Fonte das Bicas é considerada o ex-líbris de Borba e o monumento que une todos os borbenses. Este monumento foi edificado pela Câmara Municipal de Borba entre 1781 e 1785, para assinalar a visita dos reis D. Maria I e D. Pedro III. Foi construída em mármore branco da região e é composta por três tanques, sobre as quais pontificam os bustos de D. Maria e D. Pedro. A taça central é servida por três bicas. A população acredita que cada uma das bicas é destinada a um estado civil, aos solteiros, aos casados e aos viúvos, e que quem delas beber sempre regressará a Borba. Dos lados, mais a baixo, situam-se as bicas destinadas às crianças.

A Fonte das Bicas está classificada como monumento nacional desde 1910. Foi concebida como uma peça de ordenamento urbano, ajudando a criar uma nova praça, a atual Praça da República.

Parque da Praça da República.

Percorrer as estações da Via Sacra

A Via Sacra surge como um trajeto urbano definido por Passos ou Estações da Cruz, também denominados de Calvário. Estes percursos eram seguidos por fiéis, destinando-se a reviver, e a meditar sobre a Paixão de Cristo. Estas capelas datam de 1750/60 e segundo se consta são das maiores do país nos percursos de via sacra.

Convento das Servas de Cristo – Borba

O Convento das Servas de Cristo, pertencente à Ordem de Santa Clara, foi construído durante o séc. XVII, tendo as obras decorrido entre 1604 e 1644. Este convento é um dos exemplos de arquitetura regional, com estrutura simples e volumes bastante suaves e discretos, conhecida em Portugal por “estilo chão”. A fachada da Capela, decorada com um jogo de xadrez em mármores brancos e negros é considerada uma das mais belas do Alentejo.

Palácio dos Melos – Borba

Este é, segundo se consta, um dos edifícios mais importantes de Borba, situado na antiga Rua da Aramenha. Pertencia a uma das famílias abastadas da região, graças à produção de vinho. Foi construído em meados do séc. XVIII e reconstruído recentemente pela autarquia. Nele foi instalada a Escola Preparatória D. Maria I em 1971, mudando-se para um edifício próprio após o 25 de Abril. Dada a sua nobreza, a autarquia dotou o edifício de uma importante funcionalidade cultural, integrando a Biblioteca Municipal, Espaço Internet, Oficina da Criança e Ludoteca.

Palácio da Família Alvarez – Borba

O palácio da família Alvarez é outro dos palácios monumentais, cuja construção representa a época de esplendor das famílias que, na segunda metade do século XIX, enriqueceram graças à produção de vinho. Tanto este como o palácio dos Melos, são edifícios imponentes, mas ao mesmo tempo edifícios comuns, ligados a famílias ilustres e nobres de Borba. Curioso que, quando pedi indicações sobre a localização deste edifício a duas pessoas com quem me cruzei na rua, nenhuma delas me soube indicar onde era, sendo para elas, possivelmente também um edifício comum, sem relevância.

Conhecer as igrejas de Borba

As igrejas de Borba são alguns dos edifícios mais emblemáticos e um dos atrativos no seu centro histórico. Se seguiu as recomendações que lhe dei no inicio, num dos panfletos que certamente lhe foi dado no posto de turismo, pode ver em planta as respetivas localizações.

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Explorações de mármore de Borba

Fazer uma visita guiada ao parque temático do mármore de Borba. Por escassez de tempo este foi um dos pontos que não me foi possível realizar. Pode agendar aqui a visita ao parque temático. É necessário marcação prévia. Ao chegar a Borba, basta olhar a paisagem para ter desde logo uma espécie de alerta sobre esse ponto de visita.

Visitar a Adega Cooperativa de Borba

Um dos pontos obrigatórios de visita é, em minha opinião, a visita à adega cooperativa de Borba. Fundada em 1955, a Adega de Borba foi a primeira de uma série de Adegas constituídas no Alentejo, com o incentivo da então Junta Nacional do Vinho, numa altura em que o setor não tinha o protagonismo que hoje tem na economia regional. Só o grande valor das castas regionais e a excelência das condições naturais, permitiram que a produção de vinho no Alentejo se mantivesse, ao ponto de lhe conferir a qualidade com que é conhecido nos dias de hoje, em que todo o potencial pode ser avaliado pelo consumidor. A adega de Borba tem venda direta ao público, onde pode adquirir vinhos com qualidade de excelência a preços muito atrativos.

Ao lado da loja da Adega Cooperativa de Borba existe o restaurante da Adega Cooperativa de Borba, onde pode degustar de diversos pratos regionais e acompanha-los com os excelentes vinhos de Borba.

Em época de vindimas, o Alentejo não pára. Durante 9 dias a cidade de Borba dá a conhecer os vários produtores de vinho da região. E como a festa é alentejana por aqui não faltarão os produtores de queijos e enchidos.

Estátua de homenagem ao Bombeiro Voluntário

De forma a demonstrar a gratidão e reconhecimento pelo trabalho prestado pelos bombeiros ao concelho, sempre ao lado dos mais desprotegidos e da segurança das populações, a autarquia inaugurou em setembro de 2005 um monumento de homenagem aos Bombeiros na Avenida dos Bombeiros Voluntários de Borba, a poucos metros do quartel. Para a elaboração deste monumento, da autoria de Norberto Alpalhão, foi utilizado mármore do concelho, oferecido gentilmente pelas empresas locais. O trabalho de escultura foi efetuado pelo escultor borbense António Pereira Anselmo.

Caminhar pelas ruas do centro histórico de Borba

  • Ver os edifícios com as suas cores onde predomina maioritariamente o branco, em contraste com as restantes nos adornos das entradas, das janelas, e até mesmo dos beirados.

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  • Caminhar pelas ruas da zona histórica da cidade, admirar o casario antigo e as calçadas dos passeios, onde o mármore tem uma presença constante. Sendo o mármore uma pedra nobre e face à temperatura que se fez sentir nesse dia, caminhar descalço sobre a calçada de mármore revelou-se uma iniciativa bastante agradável.

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  • Ver os edifícios apalaçados, com as varandas e os varandins guarnecidos de gradeamentos em ferro. Em alguns deles pode ver-se o clássico e o contemporâneo de mãos dadas.

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  • Ver o casario característico Alentejano com as suas generosas chaminés.

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  • À semelhança de Vila Viçosa, ver a rua das laranjeiras e sentir no ar o aroma citrino das laranjas.

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Tradições

Fazer as 11

O município de Borba, em parceria com vários agentes locais, lança a iniciativa “vamos fazer as Onze”, que é já um novo produto turístico baseado numa tradição ímpar do concelho. Trata-se de um ritual a que os mais velhos chamam “Fazer as Onze”, ao qual os mais novos têm vindo a dar continuidade. É um tradição muito antiga desta localidade, que é apenas frequentada por homens, onde todos obrigatoriamente bebem um pequeno copo de vinho e comem um petisco, trocando conversas sobre os temas que vão marcando os dias pela cidade, muitas vezes acompanhadas de um “fado ou uma cantiga tradicional” improvisada no momento. Este ritual começa no “Alto da Praça” perto das 11 da manhã, no centro da cidade, onde amigos e conhecidos se juntam, seguindo uma “visita” às tabernas onde se bebe um copinho de vinho, e se faz acompanhar um petisco e dois dedos de conversa.

(créditos Wikipédia)

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Outros locais de visita nas proximidades

Vila Viçosa

Passadiços da Serra da Ossa, município do Redondo


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