
Paul do Taipal
Localizado em Montemor-o-Velho, literalmente à beira da estrada nacional N111, que faz a ligação de Coimbra à cidade portuária de Figueira da Foz, o Paul do Taipal é uma área pantanosa cujas características geológicas e vegetativas fazem dele um local adequado à fixação de diversas espécies de aves, algumas comunidades que nele encontraram condições adequadas para nidificação, refúgio de inverno, repouso e alimentação durante os periodos migratórios.

Esta zona terá sido outrora uma área de cultivo, possivelmente arrozais (?). Com a construção da estrada nacional N111, que veio alterar as condições de drenagem desta área, segundo dizem, a água passou a ficar retida durante grande parte do ano, causando inclusive o alagamento no periodo invernoso. Essa e outras condicionantes acabaram por alterar as características do terreno, criando o habitat ideal à sobrevivência de diversas espécies de aves e alguma proteção contra predadores.

No que diz respeito à vegetação arbustiva e arbórea, a zona alagadiça é constituída acima de tudo por caniço, juncos, salgueiros, amieiros, freixos e choupos. A periferia é constituída maioritariamente por zona agrícola, ocupada por culturas de regadio e algumas de sequeiro. Toda a área é “vigiada” pelo castelo de Montemor-o-Velho, a principal fortaleza defensiva do baixo-mondego na época medieval, de onde se avista não apenas o Paul, mas uma vasta área ao seu redor que se estende pelos campos do Mondego até perder de vista. A gestão desta área está a cargo do ICNF e da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho

A quantidade de aves que frequentam o Paul do Taipal é numerosa, contribuindo para isso a eventual quantidade de alimento que conseguem na periferia, nomeadamente nos campos do Baixo-Mondego. São exemplos o pato-real, de onde vem o nome do arroz Pato-Real, (esta marca de arroz é cultivado aqui perto), a garça-vermelha, a garça-real, a garça-branca, o colhereiro, a garça-de-íbis, a marrequinha e outras mais…

Sendo uma área povoada por várias espécies de aves, por aqui pairam também algumas aves predadoras, como o açor, o milhafre preto, o peneireiro vulgar, bufo real e a águia-calçada. Há também algumas espécies de rouxinóis, que são uma ave canora com um dos cantos mais melodiosos que se pode ouvir entre as aves terrestes existentes em Portugal, e outras do grupo de aves passeriformes, como o pisco de peito azul, a felosa-comum ou a felosa-musical.

Tendo em conta a diversidade das espécies que aqui podem ser observadas, foi criado o Birdwatching no Paul do Taipal, um projeto estruturado que veio permitir “maior facilidade” na observação das aves que por aqui permanecem. Foi criada delimitação da zona através de uns passadiços, para que o impacto do visitante na fauna que aqui existe seja reduzido e não perturbe o refúgio da passarada que aqui encontrou condições adequadas ao seu habitat.

O Paul do Taipal pode ser visitado em qualquer altura do ano, com exceção de uma zona cujo acesso é restrito ao periodo compreendido entre o dia 1 de Julho e o dia 15 de Outubro. No entanto e para nosso desalento, deslocamo-nos ao local dentro do periodo mencionado e essa zona não se encontrava acessível, acreditamos até que talvez nunca venha a ser acessível uma vez que o caniço se está a apoderar dos passadiços. Procuramos informação a respeito no Posto de Turismo, que se encontra localizado dentro da muralha do castelo, mas nada souberam dizer.


Ao visitar o Paul do Taipal deve respeitar as delimitações impostas e cumprir as normas que visam a proteção e conservação dos valores naturais preservados nesta área, sendo o seu incumprimento punível por lei. Com alguns dos observatórios fechados e com o crescimento da vegetação arbustiva, nomeadamente o caniço, a possibilidade de observação das aves acaba por ficar reduzida a dois lugares, os observatórios 1 e 3.

A partir do observatório nº3 avista o Paul na sua totalidade, mas a partir deste observatório necessita de alcance visual, binóculos, para poder visualizar devidamente a avifauna. A continuidade do percurso pelos passadiços permite chegar até este observatório (se não estivessem fechados). Quando visitar, se esta parte estiver inacessível, pode chegar a este observatório de carro ou seguindo a pé, virando à direita onde encontra os passadiços interditos.



Castelo de Montemor-o-Velho
Quando visitar esta zona ou o Paul do Taipal em particular, não deixe de fazer uma visita ao castelo e admirar a imensidão dos campos do Mondego que avista a partir das suas muralhas. Aproveitamos para dizer que este castelo é um dos mais bem preservados que visitamos até à data, com atividades diversas que se realizam ao longo do ano dentro do espaço muralhado.


Outros locais de visita nas proximidades
- Uma vez que se encontra perto visite a cidade portuária de Figueira da Foz, reserve pelo menos dois dias para a calcorrear.
- Venha com algum tempo e percorra calmamente a estrada nacional N111, tem muito para descobrir ao longo da sua extensão.
- Se fizer calor, refresque-se na pureza das águas da praia fluvial de Ançã e aproveite para conhecer o povoado.
Localização e como chegar
O Paul do Taipal fica literalmente à beira da estrada nacional N111, a um quilómetro do centro de Montemor-o-Velho. A maneira mais fácil de chegar até aqui é apanhar a autoestrada A17 e posteriormente a A14, seguindo em direção a Coimbra. Tem como opção o caminho de ferro com estação em Coimbra ou na Figueira da Foz. Posteriormente terá de apanhar o autocarro até Montemor, ou se preferir mais autonomia pode alugar um carro, veja aqui as várias opções de aluguer.
Ver mapa maior
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Se necessitar de alojamento na zona deixamos duas recomendações.
- MyStay – Casa de Tent’tugal, a dez minutos de distância de Montemor-o-Velho.
- Casa da Ereira, a 5 minutos pelos campos do Mondego.
- Casa de Maiorca, a 5 minutos do Paul do Taipal e a 10 minutos de Montemor-o-Velho.
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