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Valada do Ribatejo
Já percorri muitas margens de outros tantos rios, mas aquele que julgava de menor beleza, embora de grande importância para a lezíria ribatejana, foi o que acabou por mais me surpreender. É caso para dizer: Pelas margens do Tejo, cada canto seu encanto. Embora a configuração geométrica deste rio, apesar de enorme, tem poucos recantos, mas é cheio de encantos.
Se você estiver à espera das condições ideais, nunca irá a lado nenhum, por isso decida-se e vá. Por vezes o necessário é apenas a iniciativa
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Conteúdos deste artigo
Desenganem-se aqueles que olham para o Tejo apenas como um rio grande e de caudal generoso, até porque caudal nos rios, é coisa que pouco abunda nos dias atuais. Nas suas margens, nos locais mais improváveis ergueram-se pequenas aldeias, e no seu leito formaram-se ilhéus, alguns deles hoje locais de referência, ou até, de visita obrigatória.
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É na margem direita do Tejo, no centro da lezíria ribatejana, que se situa Valada do Ribatejo, uma localidade que acabou por me surpreender, tal como o rio e as suas margens. A primeira vez que aqui estive quase posso dizer ter caído cá de para-quedas, até à data desconhecia por completo, no entanto, nesse mesmo dia, concluí que cedo ou tarde iria acabar por voltar, tal como aconteceu.
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Face ao enquadramento geográfico, Valada do Ribatejo surge como capital da lezíria ribatejana, destas enormes terras, fortes e férteis, que se estendem a perder de vista e às quais o Tejo dá de beber, mas para conhecer Valada não basta vir aqui, é preciso percorrer as suas ruas, apreciar as suas construções, o seu casario…, percorrer a zona ribeirinha, vir ao cais, à praia fluvial, subir ao dique e caminhar sobre ele, olhar em volta…, e absorver todo este encanto. Valada é mesmo assim, uma localidade que encanta.
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Esta relação de vizinhança que Valada tem com o Tejo, embora harmoniosa nem sempre foi pacifica, tendo sido colocada à prova algumas vezes durante os invernos mais vigorosos, onde o povo ribatejano se protegeu com o dique centenário à muito aqui erguido, depositando nele a esperança de que o rio fique sempre do lado de lá, onde deve estar.
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Não muito longe daqui um outro atrativo de visita, uma ponte também centenária, outrora ferroviária, que hoje permite a travessia rodoviária para a outra margem. O seu impressionante comprimento, permitiu que fosse considerada a ponte ferroviária mais longa da península ibérica à data da sua construção. Não está escondida, mas ainda é desconhecida por muitos, exceto por quem dela precisa e com ela convive. Batizada como Rainha Dona Amélia, a sua travessia foi sempre feita devagar, inicialmente pela reduzida velocidade das composições a vapor, e atualmente pela limitação imposta por sinalização rodoviária.
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É igualmente com vagar que a percorro e aprecio, embrenhando-me pelo meio da estrutura metálica que a sustém, de onde tenho uma outra perspetiva sobre o Tejo e a possibilidade de o desfrutar de forma ímpar, ao mesmo tempo que admiro esta impressionante obra de engenharia outrora aqui construída.
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O Tejo, o “amazonas” Português como eu mesmo lhe chamei, parece retribuir a paixão de quem por aqui assentou e por estas terras se apaixonou, pois vai continuando a dar sustento a quem por aqui se detém, maravilhando não só os residentes, mas também os forasteiros,… como eu.
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Ao percorrer as ruas de Valada sobressai à vista duas características: as cores garridas em volta das portas e janelas, e as fachadas em azulejo de algumas construções de estilo apalaçado. De cima do dique a vista é soberba. Da proximidade da bomba de água manual aqui existente, razoavelmente preservada e rara de encontrar nos dias de hoje, consigo observar quase tudo à minha volta, inclusive o Beira Tejo, o bar para onde de seguida me dirijo e onde faço conta de almoçar.
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Após consultar o cardápio fico indeciso entre salada de tentáculos de pota e sopa da pedra, decido-me por esta ultima, por combinar melhor com vinho tinto da região. A água do rio está mesmo ali à minha frente, a meia dúzia de metros, o cenário que avisto a partir da explanada enquanto almoço, é maravilhoso, apaixonante… No leito do rio, la mais à frente, um veleiro ali ancorado completava a paleta deste encanto. Por breves momentos o tempo parou e, dei por mim a pensar: -Este momento poderia lá ser melhor, ou mais perfeito, ficava aqui o resto do dia…
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Lavoura Ribatejana
Ao visitar Valada não deixe de percorrer algumas das estradas aqui próximas, pelo meio da Lezíria Ribatejana e admirar a atividade laboriosa destas gentes. São terras a perder de vista, onde o tomate é de longe o produto hortícola de maior importância nesta região.
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Dicas sobre Valada
Valada é uma localidade com tudo o necessário para um dia em família bem passado. Com um generoso e bem equipado parque de merendas, ao lado uma área relvada como dimensão também generosa, parque de estacionamento, praia fluvial e marina,… E o bar Beira Tejo pelo meio a servir alguns petiscos, refeições rápidas e bebidas refrescantes, como não podia deixar de ser.
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A visita à Igreja Matriz não foi possível por se encontrar fechada. Dizem que o restauro a que foi sujeita lhe retirou boa parte da sua beleza exterior, mas dizem igualmente ser digna de apreciar o seu interior.
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Melhor forma de terminar o dia
A meio da tarde é hora de seguir até Porto de Muge e fazer a travessia do Tejo na ponte Rainha Dona Amélia. Na outra margem, dirijo-me até Salvaterra de Magos e de seguida até à aldeia avieira de Escaroupim. Recomendo “um cruzeiro” ao entardecer nas embarcações “Rio-a-Dentro”, o mesmo que eu fiz.
Esta é a melhor forma de apreciar o Tejo e os seus encantos. Delicie-se sobretudo com a fauna, mas também com a flora que ao longo do passeio vai encontrando. São duas horas de puro prazer… Aprecie a Ilha das Garças, a ilha dos amores,…(…) e na outra margem os cavalos lusitanos em completa liberdade. Veja que ao cair da tarde, por aqui até o pôr do sol é maravilhoso.
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Onde ficar
Onde ficar em Valada: Villa Rio ou Casa Holi mesmo no centro da localidade. Na periferia tem a Casa Tejo e também o RIVER SUN
Veja aqui outras opções de alojamento.
Localização
Como chegar a Valada: -Vindo do sul em direção à EN 118 e de seguida atravessar a ponte Rainha Dona Amélia. Vindo do norte em direção ao cartaxo, de seguida apanhar a EN 3 e posteriormente a EN 3-2
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- Nas proximidades pode também visitar Salvaterra de Magos
- E pode fazer também um pequeno roteiro pelas Aldeias Avieiras aqui Próximas.
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Bem Haja…
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