Aldeias Avieiras

Localização

Na margem direita do rio Tejo, bem no centro da lezíria Ribatejana situa-se Valada, uma freguesia do município do Cartaxo, literalmente banhada pelo rio Tejo. Na sua proximidade, igualmente à “borda d’água”, situam-se as aldeias avieiras de Porto da Palha, Palhota e Escaroupim, esta ultima na margem oposta, separada pelo “amazonas” Português, com ligação rodoviária às aldeias anteriores pela ponte Rainha D. Amélia. São estas as Aldeias às quais será dedicado este artigo.

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Conteúdos deste artigo

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Movimentos migratórios -História

Chamavam-lhes Avieiros,… “Nómadas do rio”, como lhes chamou Alves Redol. Boa parte deles vieram da Vieira de Leiria, pescadores da “arte-xávega” fugindo dos rigores de Inverno, vendo-se obrigados a procurar sustento para as suas famílias em águas abrigadas.

Veja aqui alojamento nas proximidades.

Desde sempre que a escassez de trabalho e a ausência de recursos económicos, propiciou ao longo da historia movimentos migratórios internos, levando as populações a deslocarem-se temporária ou definitivamente para outras zonas do país.

Casa Avieira restaurada

Em finais do século XIX, as migrações de pescadores oriundos do litoral centro-norte tiveram lugar apenas durante o inverno, época em que se viam obrigados a procurar sustento em águas abrigadas, quando os rigores de inverno os impediam de o fazer no mar. Vieram em direção às zonas ribeirinhas do Tejo e do Sado, procurando subsistência em locais que sempre atraíram populações em busca de melhores condições de vida. Eram maioritariamente pescadores oriundos das praias que se situam entre Espinho e Vieira de Leiria, grupo constituído por Murtoseiros, Ovarinos, Vareiros ou Varinos, e Avieiros, vindos da Murtosa, Ovar, Aveiro, Ílhavo e Vieira de Leiria, respetivamente. Eram pescadores da arte-xávega que, no inverno, largavam a sua zona de pesca para virem com destino às águas calmas e férteis em pescado, dos rios Tejo e Sado, deslocando-se até aqui de barco, diligências, comboio, carroças, ou mesmo a pé. A migração dos Avieiros para a “borda-d’água” ficou a dever-se acima de tudo ao abono de melhores condições de vida para si e para as suas famílias, a abundância de pescado nestes rios constituía o principal atrativo, perseguiam os ciclos migratórios de espécies como o Sável e a Lampreia.

Tipo de embarcação – Bateira. Instrumento imprescindível

Ao inicio e até se conseguirem fixar nas margens do Tejo, os Avieiros tiveram de enfrentar a animosidade da população local, vendo-se obrigados a viver nas suas embarcações. Eram apelidadas de Bateiras e eram o seu principal instrumento de trabalho…, era onde guardavam tudo. Desde os seus haveres até aos utensílios usados na pesca…, eram também o seu lar e o seu meio de transporte, era onde comiam, onde dormiam, onde pariam e eram criados os filhos,… e muitas vezes terá sido também a sua tumba.

Cais de EscaroupimBateira em repouso

Na proa do barco era colocado um toldo, que atravessava a embarcação e servia de abrigo contra as tempestades repentinas (borrascas). Era também debaixo dele que toda a família dormia, a proa era a zona do “quarto”. Na empadeira, zona central da bateira, era colocada areia para poderem fazer fogueira, era a “cozinha”. A parte da ré era a “oficina” da pesca, onde guardavam as redes.

Pode ver aqui um exemplo de como eram as Bateiras dessa altura.

Vida de Nómada

Quando chegava o verão, regressavam às suas praias, ao mar,… à arte-xávega, e por lá se mantinham até ao próximo inverno, ou enquanto o mar permitia. A partir daí essas famílias começam a fazer vida de nómada, sendo chamados algumas vezes de “nómadas do rio” aos quais Alves Redol atribuiu também o apodo de “ciganos do rio” ou “ciganos do tejo”, por serem famílias fechadas e reservados, pelas suas tradições, pela sua cultura e pela forma como viviam. Na generalidade ficaram conhecidas como “Avieiros”, possivelmente por serem maioritariamente da Praia da Vieira. Esta deslocação, que inicialmente era sazonal, além de cansativa, pesava muito na situação financeira familiar, o que obrigou os Avieiros a ficar, acabando por progressivamente se fixarem nas margens do Tejo, que na altura lhes proporcionava pescar o ano inteiro, nomeadamente o Sável, a Lampreia e a Fataça.

Arte Xávega – Praia da Vieira

Os primeiros assentamentos Avieiros

Com a fixação definitiva nas margens do Tejo, surge a necessidade de um lar estável, resistente e confortável. Aos poucos, na borda d’água começam a erguer pequenas barracas construídas em caniço e, estruturalmente sustentadas por estacas de madeira. Com a melhoria das condições económicas, o caniço vai sendo substituído por tábuas, que sobrepostas alternadamente umas nas outras formavam uma “parede” mais consistente, posteriormente “pintadas” com óleo queimado proveniente de oficinas, para proteção da madeira, e mais tarde com tinta, geralmente a mesma cor das suas embarcações. Aos poucos vão construindo as suas pequenas casas em comunidades de características muito peculiares e, dessa forma, vão surgindo os primeiros assentamentos avieiros.

Uma construção palafitica, neste caso assente em pilares de betão e atualmente com algum aproveitamento da zona inferior. À esquerda as tábuas sobrepostas alternadamente.

Tendo em conta as suas origens, as primeiras habitações eram semelhantes aos palheiros da Praia da Vieira. Mais tarde, por imposição da subida das águas do Tejo em tempos de cheia, passaram a ser construções palafíticas, elevadas do solo, assentes em cima de estacaria de madeira, ou pilares em pedra, dependendo da zona e dos materiais que nela conseguiam, mas sempre com o objetivo de manter a casa acima do limite da água nas cheias ou nas subidas das marés.

A Família Avieira

A Família Avieira tem como base da sua construção o casal de pescadores (homem e mulher), a faina assenta nesta dupla. O homem está ligado ao fabrico, manutenção e reparação da Bateira (barco), bem como alfaias de pesca e restantes tarefas relacionadas com a faina. Pesca-se de noite, para o pescado chegar fresco aos clientes/consumidores logo pela manhã. O Arrais (homem) por norma é quem lança a rede. A Camarada (mulher) é quem rema o barco aquando o lançamento. Posteriormente a rede é recolhida para dentro do barco pelos dois, puxando pelas duas cordas que lhe estão ligadas por forma a fazer um “saco”.

Interior de uma casa típica Avieira. Na parte superior dos quartos (sótão) era onde habitualmente se arrumavam as redes. De referir também que a decoração do interior era basicamente ao gosto da “Camarada”, mulher do Avieiro.

A mulher desempenhou sempre um papel muito importante na família Avieira. Além do papel de mãe, esposa e Camarada do avieiro na faina, ajudando no concerto das redes de pesca, era ela que tomava conta e orientava a economia monetária e doméstica da família. Normalmente era também ela que logo pela manhã tratava da venda do peixe. Durante a atividade dos Avieiros, era comum, logo pela manhã, verem-se as mulheres avieiras, normalmente descalças, carregando a canastra à cabeça, a fazerem grandes caminhadas para venderem o pescado da noite anterior, a granel, ou negociando com os almocreves, trocando-o por outros bens de necessidade.

A Padroeira dos Avieiros e do Tejo

A história começa com um trabalho elaborado para caracterizar a religiosidade popular à comunidade Avieira. A imagem de N. Senhora surgiu da necessidade de associar à religiosidade um símbolo identificativo, revendo-se a comunidade Avieira nesta santa padroeira. Após um processo demorado e complexo, que envolveu algum esforço para encontrar a imagem adequada…, após se efetuarem algumas alterações no sentido de acrescentar algo identificativo da faina Avieira e do Tejo, com o contributo, opinião final e autorização da Igreja Católica, surge este resultado: Senhora dos Avieiros e do Tejo.

Um dos símbolos fundamentais da imagem é o barco, (a Bateira). A Santa encontra-se a pairar sobre uma nuvem, por cima de uma bateira que tinha perdido os remos num Tejo revolto. Os pescadores representados na imagem, (o Arrais e a Camarada) com a mão no peito, olham para N. Senhora num gesto de suplica, pedindo ajuda. A imagem serena de N. Senhora, com a mão direita levantada dirige-se para o céu, pedindo à divindade para interceder por aqueles que indica com a mão esquerda.

A aceitação formal pela igreja católica desta santa padroeira foi conseguida num ato litúrgico solene da consagração da imagem de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, pelo bispo de Santarém, na igreja da santa casa da misericórdia. A igreja reconheceu-lhe também o direito à coroação em Vila Velha de Ródão, em cerimónia pública presidida pelo bispo de Portalegre. Estas cerimónias tiveram participação muito ativa de todas as comunidades avieiras.

Cruzeiro religioso e cultural do Tejo

Em 2013 teve inicio o cruzeiro religioso e cultural do Tejo. A forma encontrada para levar a imagem de Nossa Senhora a todas as comunidades ribeirinhas e Avieiras do Tejo foi através de um cruzeiro fluvial que a todas ligasse. Nesse cruzeiro, a comunidade Avieira transporta a imagem da Santa Padroeira dos Avieiros numa embarcação tradicional, percorrendo praticamente todo o Tejo nacional, numa extensão que segundo os cálculos, à data atual é de aproximadamente 280 km, uma vez que no presente ano (2022), passou a ser incluído o troço do Tejo internacional. O percurso que este cruzeiro faz, já não se realizava à quase 70 anos. Entre embarcações, associações, juntas de freguesia, paróquias, municípios e outras entidades ligadas ao evento, a quantidade de pessoas envolvidas é numerosa.

Chegada a Constância. De seguida subiu o rio Zêzere até à zona Ribeirinha, ou praia fluvial. (ano 2022)

Num cruzeiro anterior, pode ver-se aqui a imagem de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo prestes a passar sob a ponte Vasco da Gama. À data da edição deste poste, o cruzeiro encontrava-se a decorrer, tinha iniciado no dia 4 de Junho (de 2022), prevendo-se a sua chegada à marina de Oeiras no dia 19 do corrente mês. Pode ver aqui o programa do cruzeiro para este ano de 2022.

Apontamentos sobre o Cruzeiro Religioso

  • O Tejo é a árvore da vida, como elemento de charneira entre regiões que partilham uma cultura multimilenar.
  • O Tejo reaproxima as comunidades que durante décadas lhe voltaram as costas.
  • A religiosidade é o elemento que está presente em todo o percurso, tendo aproximado crentes e não crentes, em manifestação cultural e identitária.

No Cruzeiro Religioso realizado em 2016, foi referido pelo pároco Escarameia, antes da partida em Vila Velha de Ródão, o seguinte: – “Vós partis Tejo abaixo até Oeiras e nós ficamos, mas o nosso coração vai convosco. E já agora senhora, um pedido, o pedido de um grande milagre. O milagre da ressurreição para este Tejo de Ródão. Tal como o teu filho Jesus ressuscitou da morte para a vida, assim este Tejo ressuscite também para a vida que já não tem. Adeus senhora.”

Cultura Avieira

Os Avieiros eram pessoas reservadas, com formas de vida e cultura muito próprias. Quase desconhecida no nosso país, a cultura Avieira assenta essencialmente em quatro aspetos: nas artes de pesca, nas embarcações, na construção das habitações e na gastronomia. Pelo facto de serem reservados, pode estar aí a caracterização de “Ciganos do Rio”. Enquanto sociedade fechada e repudiada pelos autóctones, tinham o habito de casar entre si, como forma de proteção, para se defenderem e preservarem o conhecimento que tinham das artes da pesca e, darem continuidade às suas tradições, tal como ainda hoje o fazem as comunidades de etnia cigana.

Cozinha típica de uma casa Avieira

Das inúmeras comunidades Avieiras que existiam, hoje são pouco mais de uma dezena. Com a poluição ambiental o Tejo foi perdendo a sua fertilidade piscatória, e a partir da década de 50 os Avieiros viram-se obrigados a procurar outro tipo de trabalho, outra ocupação, outro sustento,… outros meios de “ganhar a vida”. As próprias aldeias hoje estão muito descaracterizadas face ao aspeto que tiveram noutras alturas.


Visita circunscrita às aldeias supramencionadas


Aldeia do Porto da Palha

Esta aldeia, também conhecida por Lezirão pelo facto de se encontrar inserida na herdade/quinta com um mesmo nome, teve a sua origem pela década de 50, sendo por isso a aldeia Avieira possivelmente mais nova.

Cais de Porto da Palha

A origem do nome, Porto da Palha, está ligado à utilização que o cais desta aldeia teve noutros tempos. Era aqui que se descarregava palha, que posteriormente era transportada para Lisboa, (para a cavalaria), e para as quintas desta região, basicamente quando a agricultura destas terras era feita exclusivamente com recurso ao gado equídeo e bovino.

Esta Aldeia caracteriza-se por se estender paralelamente ao rio, existindo uma rua principal, com casario situado de ambos os lados dessa rua. Saindo de Valada em direção a esta aldeia, hoje é impossível continuar pela margem do rio uma vez que o caminho, parcialmente em terra batida, a certa altura passa a privado. Nesse sentido, se for orientado pelas novas tecnologias não entre nesse caminho, que começa em cima de uma curva, mantenha-se na estrada asfaltada, seguindo em sentido oposto à proximidade do rio, mais à frente irá encontrar o corte para a referida aldeia.

Possivelmente por ser uma das aldeias Avieiras mais jovem, a arquitetura que é conhecida nas aldeias Avieiras mais antigas não é tão notória por aqui. Para ereger estas edificações é notório o recurso a matérias mais modernas, como por exemplo a alvenaria.

Palhota

Vindo da Aldeia de Porto da Palha, para a Palhota, serão pouco mais de 6 km. É opção sua visitar a que entender em primeiro lugar. tendo como referência a freguesia de Valada, esta aldeia é a que fica mais próxima.

Palhota é uma das aldeias Avieiras mais bonita, que ainda mantém grande parte da sua traça original. Não mudou muito desde o seu inicio. Apesar de muitos dos seus habitantes já terem partido, atualmente continua a ser utilizada, mas por alguns residentes de fim-de-semana.

Boa parte desta aldeia ainda permanece fiel às características originais, embora aqui e ali a alvenaria tenha ganho algum terreno à madeira que tanto caracteriza as aldeias avieiras. Por aqui ainda permanecem as tradicionais cores vivas com que exteriormente estas casas eram pintadas, (barracas, segundo o nome que lhe davam os Avieiros) quase sempre as mesmas cores com que eram pintadas as embarcações de que dispunham.

Terá sido aqui que Alves Redol viveu durante algum tempo, recolhendo conhecimento e material necessária para o livro que escreveu sobre estas gentes, de seu nome “Avieiros”, editado em 1942. Segundo um residente que à 47 anos emigrou para o estrangeiro, “a Palhota era diferente, havia casas de madeira na parte sul. Hoje está um pouco alterada com as construções, mas as ruas foram sempre iguais.”

Alves Redol

O resultado é uma obra notável, publicada em 1942 com o título “Avieiros”.

Escaroupim

À semelhança das outras aldeias avieiras, Escaroupim surge de um lento processo de fixação de pescadores nestas margens, vindos da Vieira de Leiria.

Foram uns passeios de barco que, fazendo uso de um nome apelativo, cativaram a minha atenção e me atraíram a Escaroupim, uma das aldeias avieiras que se renovou e se tem mantido ativa até aos dias de hoje, muito por conta do turismo, embora a traça original das suas construções se tenha perdido quase por completo.

Casas Avieiras, do núcleo museológico de Escaroupim.

Na altura estava longe de imaginar a riqueza cultural e paisagística que iria encontrar por aqui. Entre pontes centenárias, cultura Avieira, a Lezíria Ribatejana, o rio e suas margens, a zona ribeirinha das localidades, os passeios de barco,… (…) as surpresas foram muitas. Só na hora de ir embora percebi que tinha ficado a conhecer muito pouco, a lezíria Ribatejana tinha muito mais para oferecer, eu ia ter de voltar…

Cais de Escaroupim, zona das embarcações de recreio/turismo. Ao fundo a Ilha das Garças

Voltando aos passeios de barco, a vontade de ir ganhou força após saber que esta Aldeia Avieira tem profundas ligações com a Praia da Vieira, uma praia que pertence ao concelho da Marinha Grande, e se encontra distanciada pouco mais de 10 km da cidade sede de município, a mesma onde tenho residência.

Escaroupim fica situada na margem esquerda do Rio Tejo, numa zona onde existem uns ilhéus no centro do rio, onde desde à uns anos para cá, um desses ilhéus tem sido a preferência no refugio, nidificação e habitat de uma variedade grande de espécies de aves. – A Ilha das Garças

Voltando a ter Valada como referência, para seguir em direção a Escaroupim terá de se deslocar a Porto de Muge e aí entrar na ponte Rainha D. Amélia. Depois de atravessar a ponte, dependendo da viatura que conduza, tem várias opções, no entanto recomendo aquela que me parece ser a melhor, que é seguir em direção à estrada N118, e quando chegar até ela, virar a sua direita. Depois é ir com atenção até visualizar uma das cortadas para Escaroupim. Para evitar estradas em terra batida (touvenant), terá de se dirigir primeiro a Salvaterra de Magos, entrar pela rua que inicia na rotunda da Praça de Touros, ir até ao fundo da rua e virar novamente à direita, seguindo as placas indicadoras. Nos dias de Verão, se for sua intenção fazer um dos passeios de barco, o melhor é ir com antecedência.

Casa Avieira museu.

Ao Núcleo Museológico existente em Escaroupim sobre a Casa Típica Avieira, onde se recriou o interior de uma casa Avieira, veio juntar-se em inícios de 2017 o museu “Escaroupim e o Rio”, instalado na antiga escola primária, sendo que no primeiro ano de vida teve quase 9 mil visitas.

Nesta aldeia mantém-se também ainda em uso o cais palafítico, embora um pouco mais atualizado, e algumas casas restauradas que funcionam como lojas. Os visitantes podem optar entre um parque de merendas ou o restaurante, que tem o nome da aldeia.

Cais de Escaroupim

Os passeios no rio, que partem de Escaroupim, fazem-se a bordo de embarcações que navegam calmamente e com motores pouco ruidosos. São cerca de 2 horas e meia de puro prazer, deslizando sobre as águas quase paradas nesta zona do rio, circulando por canais e ilhéus,… que na realidade são mouchões formados pela acumulação de aluviões. Cada passeio é diferente, cada itinerário é condicionado pela maré que estiver no momento. Como exemplo, uma vez que daqui até ao mar não existem barragens ou açudes, a subida e descida das marés condiciona a navegabilidade por aqui, e há canais que só podem ser percorridos com a maré alta.

O melhor mesmo destes passeios, é a observação da vida selvagem, principalmente aves, que fizeram de uma destas ilhas o seu local de nidificação ou habitat permanente. Nesta ilha é possível ver corvos-marinhos, milhafres, guinchos, águias-pesqueiras, cegonhas de íbis, andorinhas-das-barreiras; e acima de tudo garças, muitas garças, de várias espécies, chegando a ser centenas na época da nidificação. Por este motivo, a ilha que fica mesmo em frente de Escaroupim tomou o nome de Ilha das Garças.

Por aqui há também a ilha dos amores, que se encontra mais a montante em relação às outras, sendo também a mais pequena.  Na designação de Alves Redol, o nome tem a ver com a tradição de quando havia um casamento entre Avieiros, a noite de núpcias do casal era passada nesta ilha.

Mais próxima da margem oposta existe a ilha dos cavalos, que é também a maior de todas, onde é frequente ver os cavalos da Coudelaria Nacional no pastoreio. Já agora, se alguma vez quiser ver os cavalos a nadar, aqui é frequente isso acontecer, principalmente quando a maré sobe e alguns deles se encontravam na ilha. Os cavalos por aqui andam em completa liberdade, são vigiados apenas por um tratador que os visita periodicamente, e por aqui se mantêm até chegar à idade adulta.

Ilha dos cavalos
Antigas casas Avieiras, de construção não palafitica por se encontrarem numa zona elevada.

Apontamentos e outras imagens…

Um quintal próximo da marginal do rio em Escaroupim
…no museu de Escaroupim
…no museu de Escaroupim

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